Deputado José Zico Prado com diretoria do Sindilav
Quase no final de 2005, foi transformado em lei o Projeto de Lei 1102/2003 que
responsabiliza o empregador pela lavagem dos uniformes usados por seus empregados.
O Governador do Estado de São Paulo havia vetado o PL, mas a Assembléia
Legislativa derrubou seu veto.
De autoria do Deputado José Zico Prado, do Partido dos Trabalhadores, a
lei entrou em vigor em 10/02/2006 e será regulamentada. O deputado, por
acreditar nos benefícios sociais e ambientais de tal iniciativa, empenhou-se
em sua aprovação, demonstrando respeitável senso de responsabilidade
em sua atuação parlamentar. Para as empresas de lavanderia e seus
empregados e para o meio ambiente o resultado alcançado foi uma grande
vitória.
Estudos e pesquisas
São inegáveis as vantagens da lavagem de uniformes fora da casa
do trabalhador.
Para a família do funcionário representa economia de água,
produtos químicos, energia elétrica e tempo. Para o empregado da
indústria é mais um benefício e uma forma de se sentir valorizado.
Para o meio ambiente significa preservação de recursos naturais.
Prova disso é uma pesquisa realizada por um organismo alemão denominado
Öko Institut, que chegou aos seguintes números:
• A lavagem industrial utiliza 64% menos água do que a lavagem no
domicílio.
• A lavagem industrial utiliza 73% menos energia do que a lavagem no domicílio.
• A lavagem por um processo industrial utiliza 90% menos produtos químicos
do que a lavagem no domicílio do empregado.
• A lavanderia industrial emite 30% menos CO2 e 36% menos NOx do que os
equipamentos habitualmente utilizados em residências.
Um outro estudo conduzido por um organismo composto por diversos países
europeus, comparando lavagem domiciliar e lavagem industrial de uniformes e seus
efeitos no meio ambiente, publicou as seguintes conclusões:
Com base na lavagem de 1kg de uniformes medianamente sujos, o estudo mostrou que
a lavagem industrial utiliza 52% menos energia primária, 73% menos água
e 85% menos detergente. Ao mesmo tempo, cria 33% menos emissões de CO2
e 36% menos emissões de NOx.
Além disso, uma lavanderia industrial possui estação de tratamento
de efluentes líquidos e se esforça continuamente em introduzir novos
processos de reutilização de água e economia de outros insumos,
como energia e química, o que um domicílio evidentemente não
consegue fazer.
Efeitos colaterais
Ao se responsabilizar o empregador pela lavagem dos uniformes de seus empregados,
abre-se mais oportunidades de negócios para as lavanderias industriais,
que estejam preparadas para essa prestação de serviços. Ao
mesmo tempo, aumenta a oferta de empregos dentro do setor de lavanderia para trabalhadores
com pouca qualificação, que poderão sair da informalidade
para um emprego formal, onde terá registro e garantia de cumprimento das
leis do trabalho.
As famílias dos trabalhadores, que antes lavavam em casa seus uniformes,
deixam de estar expostas a substâncias contaminantes utilizadas em processos
industriais, preservando sua saúde.
Por todas essas vantagens, quem ganha com a aprovação do Projeto
de Lei, além de trabalhadores e empregadores, é a sociedade do Estado
de São Paulo, que acaba de ganhar mais um benefício social e um
meio de controle ambiental.