Sindilav

Jul/Ago - 2016 - nº 193

Segundo Ricardo Amorim, as crises política e econômica caminham juntas

Economista fala do atual momento de mudanças e oportunidades.

José Carlos Larocca e Ricardo Amorim

José Carlos Larocca e Ricardo Amorim

O mês de junho foi marcado por mais uma reunião plenária na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) na qual, mais uma vez, esteve presente José Carlos Larocca, presidente do Sindilav. O palestrante convidado da vez foi o economista e estrategista em investimentos, Ricardo Amorim, que falou sobre o atual cenário do país.

Ricardo destacou que o estímulo exagerado de consumo e a falta de investimento em produtividade, infraestrutura e educação, nos últimos anos, fizeram com que a crise se instalasse. “O momento adverso que passamos é reflexo do desequilíbrio macroeconômico”, disse. Mas ele ressaltou também que, nesta etapa de mudança, o país tem a oportunidade de reverter a situação, desde que aproveite bem a ocasião.

Em momento oportuno, José Carlos Larocca perguntou ao economista sobre uma possível previsão para o fim da crise econômica. A resposta não foi muito otimista, já que, segundo Amorim, a crise econômica está intimamente ligada à crise política. Sendo assim, enquanto existir uma, provavelmente existirá a outra.

Mas nem tudo foi negativo. Segundo Amorim, a mudança jurídica é um dos fatores importantes gerados pelo atual momento. “Será que sem uma tensão da gravidade pela qual estamos passando haveria uma mudança jurídica tão significativa, como a decisão do Supremo Tribunal Federal de que, quem for condenado em segunda instância deve ir para a cadeia?”, questionou. Ricardo Amorim ainda disse que seria difícil imaginar, em outra época, que o presidente mais popular do país, desde a redemocratização, seria obrigado a depor – como aconteceu recentemente com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Ao final da palestra, Ricardo Amorim distribuiu e autografou seu mais novo livro: “Depois da Tempestade”.