Sindilav

Jul/Ago - 2014 - nº 181

Vocês pediram, o Sindilav atendeu

Edson Di Nardi e Gustavo Luís Malheiros Corrêa

Edson Di Nardi e Gustavo Luís Malheiros Corrêa

O Sindilav perguntou nas redes sociais qual era o tipo de conteúdo que os leitores gostariam de ver por lá e por aqui. A resposta veio de dois usuários que acompanham a nossa página no Facebook: João Segundo e Lavtop Lavanderia. Eles disseram que gostariam de receber dicas de reciclagem e reaproveitamento da água a um baixo custo.

Entrevistamos dois empresários que podem falar com propriedade sobre o assunto. Gustavo Luís Malheiros Corrêa, proprietário da lavanderia Alba, e também o empresário Edson Di Nardi, da Magnus Lavanderia. Confira as entrevistas:

Qual a importância da economia de recursos naturais para o segmento de lavanderias especificamente?

Gustavo: A busca pela economia deve ser uma constante, pois, além de nos tornar mais sustentáveis minimizamos os custos e aumentamos a nossa margem de lucro frente a um mercado tão competitivo. Nossos clientes nos avaliam de forma positiva graças ao reúso. É uma contribuição mútua, além de uma ótima ferramenta de marketing.

Edson: A água é, sem dúvida, um dos recursos naturais não renováveis mais utilizados em nossa atividade e, por não ser renovável, temos que aprender a economizá-la, assim é importante investir no seu tratamento e reutilizá-la.

Você percebe alguma mudança de cenário no mercado de lavanderias, no sentido de busca por economia desses insumos? Fale a respeito.

Gustavo: Sim. Há anos buscamos constantemente, junto aos fornecedores, produtos mais eficientes e econômicos, que demandem menos gastos com água, por exemplo, o uso de detergente junco com alvejantes no mesmo banho.

Edson: Ainda não vejo uma conscientização por parte dos empresários de lavanderias em buscar meios alternativos para economizar estes insumos (água, lenha para caldeiras e outros recursos não renováveis). Acredito que no cenário em que nos encontramos tenha retraído a intenção de investimentos, talvez pela incerteza de crescimento do mercado. Passamos por um dos períodos de escassez de água mais drásticos dos últimos 80 anos, e, se houver um agravamento dessa situação, as lavanderias que não se prepararem poderão passar por dificuldades.

O que você (a sua empresa) tem feito para que essa mudança seja realidade?

Gustavo: Estamos sempre em busca de produtos com melhores custos-benefícios visando a uma constante melhoria das lavagens e atentos às novas tecnologias (equipamentos e processos). É indispensável treinar os colaboradores, para que toda a equipe entenda que a competitividade é o mais forte alicerce para que a empresa se sustente.

Edson: A Magnus construiu uma Estação de Tratamento de Água, não só para cumprir a legislação ambiental, mas para tratar água de reúso. Assim economizamos mais de 90% da água utilizada em nosso processo produtivo, além de prepararmos nossa estrutura para captação de água pluvial.

Quais dicas você daria para o empresário de lavanderia que pretende começar a economizar recursos?

Gustavo: Aqui na Alba nós pagamos pela água utilizada à companhia de saneamento local. Tanto pela nova água, que entra, quanto pelo esgoto, que é o descarte dos efluentes gerados em rede coletora. A solução foi optar pelo seu reúso, nos próprios processos de lavagens. O resultado foi excelente. Economizamos 80% ou mais, nas duas pontas, pois, além de diminuirmos o consumo, diminuímos também o descarte e melhoramos muito a nossa imagem institucional junto à comunidade na qual estamos inseridos.

Edson: O empresário que pretende manter sua empresa estável e conseguir passar pelas turbulências de mercado, deve se atualizar e ter consciência de que os investimentos no seu negócio, não devem passar apenas para atender à legislação ambiental, e sim para melhorar sua imagem diante dos clientes. A criação de uma ETE (Estação de Tratamento) não é algo simples e barato, mas traz uma substancial economia de água. É aconselhável que se criem também metas de redução de consumo de energia elétrica, combustível, água, gás etc. Mas lembre-se de que tudo isso só é possível através de mecanismos de controles, treinamento e conscientização dos funcionários.

Quem deseja seguir o exemplo da sua lavanderia e economizar água, deve começar por onde?

Gustavo: Pela contratação de uma consultoria séria para avaliar essa questão. Tive várias ofertas, mas escolhi uma que tinha mais de 300 projetos em lavanderias pelo Brasil e que foi referendada pelo Sebrae também. No nosso caso foi escolhida a Água P.U.R.A. (www.aguapuraonline.com.br). O Sebrae nos apoiou por meio de uma de suas linhas de crédito, o Sebrae-Tec, aqui em Cuiabá, subsidiando 50% do valor da consultoria. Além da execução do projeto de nossa ETE (Estação de Tratamento de Efluentes com capacidade para tratar até 15m3/h), que veio complementado pela ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) e pelo Memorial Descritivo, eles ministraram, ao final, um curso com o treinamento e a certificação dos operadores. Tudo isso nos capacitou a iniciar as operações culminando no retorno do capital investido já no final do seu sexto mês de operação.

Edson: Uma sugestão é o sistema de gestão que está disponível através do Sindilav, que é o SQS – Selo de Qualidade e Sustentabilidade, que contempla em seu regimento todo o processo de reestruturação necessário para as lavanderias.

Agradecemos ao Gustavo e ao Edson pelo compartilhamento dessas experiências. Esperamos que elas contribuam para a geração de lavanderias cada vez mais sustentáveis e produtivas em nosso segmento. E se você ficou curioso para saber mais sobre o SQS, acesse: www.sindilav.com.br/SQS e se informe.

 

Estação de Tratamento de Efluentes

Estação de Tratamento de Efluentes