Sindilav

Mar/Abr - 2014 - nº 179

Editorial – Inflação, juros, pib e o fraco desempenho das lavanderias

Editorial

O movimento de clientes nas lojas de todo o país caiu 0,5% em fevereiro, depois da alta de 1,7% em janeiro, segundo
o indicador Serasa Experian de Atividades do Comércio.
A baixa não foi menor com as lavanderias, conforme temos constatado. Praticamente todas as áreas do nosso segmento têm apresentado queda de movimento. O fato vem preocupando bastante os empresários do setor, pois os insumos utilizados têm sofrido pesados reajustes, em virtude de muitos produtos serem importados. Com certeza, a taxa do dólar e a inflação têm contribuído para os reajustes, elevando cada vez mais
o custo final das lavagens.

Atualmente, nosso segmento é constituído de clientes cada vez mais exigentes no preço, na qualidade do serviço prestado e na apresentação das roupas, diferente de outros países onde as peças lavadas não são tão bem passadas e acabadas como aqui no Brasil. Sem contar algumas armadilhas de confecções que utilizam tecidos e acabamentos que, quando lavados, deterioram e causam prejuízos.

Não bastasse isso, existe outro fator que vem apertando
o custo final das empresas de lavanderia: o preço das locações de imóveis comerciais, que estão cada vez mais caros. Por não ter como repassar esse aumento ao preço final, a margem de lucro auferida com lavanderia fica seriamente comprometida.

O fraco desempenho de 2,3% do PIB em 2013, além da inflação cujo índice já está próximo de 6%, causou a queda da capacidade econômica da população em geral, já bastante endividada, cujo reflexo é sentido no desempenho das empresas de lavanderia. Outro grande complicador são os encargos e as novas exigências trabalhistas, como por exemplo o e-Social (que abordamos mais uma vez nesta edição), que vão contribuir para onerar as despesas de todas as empresas, inclusive as lavanderias.

José Carlos Larocca
Presidente do Sindilav