Sindilav

Set/Out - 2012 - nº 170

Demografia e consequências no emprego

O Brasil tem, nos últimos anos, apresentado expressivos índices de crescimento econômico, acompanhado de forte demanda pela mão de obra, o que resulta em uma situação de pleno emprego. Todavia, segundo as últimas pesquisas, o PIB estimado para 2012 deve atingir, no máximo, o índice de 1,5%, considerando que o outro índice, o de desemprego, está em 5%.

Dois fatores demográficos estão contribuindo para que o índice de desemprego não cresça, apesar do baixo crescimento econômico. Primeiro, a taxa demográfica, que na década de 50 era de cerca de 5 filhos por família, caiu para 3,6 na década de 70; 2,8 em 90 e nos dias atuais está na casa de 1,9 filhos. O segundo fator, é que os idosos estão parando de trabalhar mais cedo, em função do acúmulo de renda e dos programas sociais. Assim, esses dois fatores somados estão contribuindo para manter os índices bem baixos.

Importante ressaltar que, segundo estimativas do IBGE, o Brasil deverá apresentar, no ano de 2020, um equilíbrio entre nascimento e mortes, apresentando taxas próximas a zero no crescimento da população.

Por isso, é necessário que as empresas invistam bastante em treinamento da mão de obra, como forma de assegurar a permanência dos bons empregados, pois hoje observamos a falta de pessoas que realmente querem trabalhar. Embora desde a implantação do seguro desemprego o Brasil tenha conseguido diminuir os índices de desocupação, os gastos com o pagamento do seguro aumentaram, devido a grande maioria dos que recebem o benefício e continuam a exercer atividades informais, e, quando provocados para regularizar sua situação trabalhista, abandonam o emprego. Outro grande problema é a taxa de produtividade dos nossos trabalhadores, que ainda continua bastante baixa, apesar de receberem salários cada vez mais altos.

A certeza é que, somente com o incremento da cultura da produtividade, junto aos nossos trabalhadores, vamos conseguir uma melhoria no quadro geral. Mas não é uma solução de curto prazo.

José Carlos Larocca
Presidente do SINDILAV