Saiba como criar um modelo eficiente.
O termo “governança de combate ao assédio no trabalho” é uma evolução da governança corporativa e de práticas de gestão de recursos humanos. A conscientização sobre a importância de combater o assédio no local de trabalho e a necessidade de estabelecer medidas e políticas para abordar esse problema cresceu ao longo do tempo à medida que a sociedade e as empresas se tornaram mais sensíveis às questões de igualdade, diversidade e inclusão.
Os movimentos e discussões sobre igualdade de gênero, diversidade e assédio no local de trabalho ganharam destaque nas últimas décadas, e muitas empresas começaram a adotar políticas e práticas para abordar essas questões de maneira mais estruturada e eficaz. Sua adoção e importância têm crescido à medida que as preocupações com o assédio no local de trabalho se tornaram mais proeminentes nas discussões sobre cultura corporativa e responsabilidade social das empresas.
A governança de combate ao assédio no trabalho refere-se a um conjunto de práticas, políticas e estruturas organizacionais que uma empresa ou organização estabelece para prevenir, detectar e lidar com o assédio no ambiente de trabalho. Essa abordagem é fundamental para criar um ambiente de trabalho seguro, saudável e respeitoso para todos os funcionários.
É essencial para promover a igualdade, a diversidade e a inclusão, bem como para proteger os direitos e a saúde mental dos funcionários. Evita ações judiciais, perda de talentos e danos à reputação da empresa.
A Justiça Trabalhista recebe, em média, 6,4 mil ações relacionadas a assédio moral no trabalho por mês. O cálculo do Tribunal Superior do Trabalho (TST) considera o volume de processos iniciados em 2022, quando foram ajuizadas 77,5 mil ações com essa temática em todo o país. Mas desde setembro de 2022 foi trazida expressamente por meio da legislação que as empresas devem oferecer um ambiente laboral sadio, com vistas à prevenção e ao combate ao assédio sexual e às demais formas de violência no âmbito do trabalho.
Além disso, um ambiente de trabalho saudável é o melhor remédio para que a empresa tenha colaboradores felizes, reduzindo o nível de absenteísmo, turnover e de passivo trabalhista.
MAS QUAL É A MÁGICA?
Uma governança atenta e ativa a todos os movimentos de seus colaboradores, com certeza pode fazer a diferença. Afinal prevenir ainda é melhor do que remediar. Portanto, não seja aquela empresa que não sabe o que acontece no ambiente de trabalho.
Abaixo você conhecerá cinco boas dicas para ajudar você e a sua empresa a criar um modelo de governança preventiva:
1. Conheça o seu ambiente de trabalho
Uma questão é acreditar que conhece o ambiente de trabalho e outra é realmente conhecê-lo. Uma pesquisa de clima realizada de forma anônima a cada seis meses vai ajudar a mapear “red flags” que são possíveis riscos, possibilitando a realização de um trabalho preventivo.
2. Promova treinamento e palestras
Treinar os gestores e ministrar palestras com temas relacionados ao assédio aos colaboradores ajudam as empresas a terem uma cultura que conversa e entende sobre esse assunto, tão em alta, mas infelizmente com tantas fake news. Saber o que é e o que não é assédio, demonstrar a importância do respeito ao trabalho, ao ambiente e, principalmente, aos colegas devem ser ensinadas e cobradas no ambiente corporativo.
3. Comunique-se e tenha uma política de portas abertas
Ter uma linha direta entre RH/Compliance e colaboradores faz com que a vítima de assédio se sinta protegida e tenha segurança de apresentar ocorrências, fatos e até mesmo denúncias. O ideal é que esse canal seja anônimo ou pelo menos tenha a possibilidade de o ser. O profissional destacado para receber essa denúncia deve estar preparado para recebê-la e ter autonomia e ferramentas para realizar investigações. Assim, um profissional dotado de empatia faz toda a diferença na hora da recepção da denúncia.
4. Investigar qualquer denúncia
A vítima de assédio deve sentir que possui na empresa um suporte e que a denúncia realizada será investigada trazendo possíveis consequências para o assediador. Uma investigação séria e documentada é um excelente meio de prova para todos os momentos.
5. Aplicação de penas ao(a) acusado(a)
Após a investigação, se a empresa verificar que, efetivamente, ocorreu o assédio no ambiente de trabalho, uma penalização ao autor demonstra que a empresa possui uma cultura organizacional que não admite condutas assediadoras. Ao penalizar, a empresa deve levar em consideração: a imediatidade (aplicação de pena logo ao término da investigação), a unicidade da pena (uma pena para cada ato) e a proporcionalidade (a pena deve ser proporcional ao ato).
Com essas dicas, as empresas e, principalmente, seu capital humano, que são os colaboradores, se sentirão acolhidos e seguros e a organização terá um modelo de governança que reduzirá consideravelmente o risco de assédio no ambiente de trabalho.
A tarefa de implantar essa política de governança preventiva não é simples, mas extremamente necessária para se criar um ambiente mais sadio, produtivo e colaborativo de trabalho nas empresas.
Abaixo listamos algumas sugestões de leituras para que o seu conhecimento sobre o assunto cresça e que você ou outro líder de seu time possam aplicar no dia a dia de sua lavanderia. Esses livros oferecem informações valiosas sobre as melhores práticas, políticas e estratégias para criar um ambiente de trabalho respeitoso e inclusivo. Opções de leitura em português e inglês:
“Governança Corporativa: Instrumento de Prevenção de Conflitos e Fraudes” de Adriana Lacerda
“Governança Corporativa: Teoria e Prática” de Luiz Marcatti – renomado especialista em governança corporativa, e este livro oferece uma perspectiva prática sobre o assunto.
“Governança Corporativa no Brasil e no Mundo” de Alexandre Di Miceli da Silveira Neste livro, o autor explora o cenário da governança corporativa no Brasil, comparando-o com práticas internacionais.
“O Bônus da Inclusão: Por que Investir em Diversidade e Inclusão Compensa” de Mark Kaplan e Mason Donovan (The Inclusion Dividend)
“O Custo do Mau Comportamento: Como a Falta de Civilidade Está Prejudicando o Seu Negócio e o Que Fazer a Respeito” de Christine Pearson e Christine Porath (The Cost of Bad Behavior)
“O Poder de Cuidar das Pessoas” de Dr. Mike Bechtle (The Power of Caring for People)
Fontes: Dra. Gisela Belluzzo de Almeida Salles – Advogada e Redação Sindilav
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