Sindilav

Set/Out - 2011 - nº 164

Sustentabilidade em lavanderias de jeans

A imprensa internacional tem noticiado o cuidado que diversas grifes adotam com relação ao meio ambiente em seus processos
de beneficiamento de jeans e peças confeccionadas, adotando práticas menos danosas à natureza e aos empregados. Uma nota emitida pela Portugal Textil informa que Gucci, Versace, H&M, Levi Strauss, Giorgio Armani entre outras marcas baniram a técnica de jato
de areia por causa de seus efeitos nocivos à saúde do trabalhador.

Desde 1990 conceitos de sustentabilidade, responsabilidade social e reciclagem fazem parte da indústria da moda, que entendeu a necessidade de se adequar aos novos tempos. Tanto assim, que esse foi um dos temas principais da última Maquintex, no congresso da ABTT Associação Brasileira de Técnicos Têxteis, realizado em Fortaleza. Norberto Canelada, um dos debatedores da mesa redonda sobre o assunto, disse que “ante um cenário que exige processos cada vez menos agressivos para os homens e a natureza, o beneficiamento de peças em jeans nas lavanderias terá na tecnologia de equipamentos um forte aliado para percorrer essa transição”. Das técnicas mais relevantes, ele acrescenta que a utilização da marcação por laser é apontada como opção para a substituição total, ou parcial, do jato de areia, técnica proibida na maioria dos países.
Da mesma forma, o laser funciona como substituto para os efeitos que usam permanganato de potássio e para os lixados, evitando movimentos repetitivos que representam um sério risco de
o funcionário da lavanderia ter problemas de LER (lesões associadas ao esforço de repetição), reconhecida como doença do trabalho.

Fontes diversas indicam diferentes padrões de consumo para produção de uma calça jeans, mas não há dúvidas de que a água é um dos principais elementos na cadeia de produção do jeans. A lavanderia constitui um dos processos da cadeia produtiva que causa mais impacto, tanto pelo gasto de água, quanto pelo uso
de produtos químicos. Uma tecnologia ambientalmente correta e de resultados eficazes baseia-se no uso do ozônio, que reduz o uso
da água e a utilização de produtos químicos. Além disso, os efeitos são conseguidos em um tempo menor, o que possibilita uma economia de energia. Outra vantagem é que, pelo fato de não desgastar muito o tecido, os resultados permanecem por muito mais tempo, aumentando o ciclo de vida do produto.

Dessa forma, a indústria vai se adaptando às novas regras – tanto pela anunciada escassez de água e de outros recursos naturais, como pelas exigências dos consumidores que estão aderindo
à moda verde em todo o mundo.