Sindilav

Mai/Jun - 2011 - nº 162

O benefício que virou vício

Trabalhadores estão se especializando em viver de seguro-desemprego, como mostra a reportagem de Vinícius Carvalho, para o Diário de Maringá. Assim que cumprem o tempo mínimo para ter direito ao benefício, fazem de tudo para ser demitidos e gozar das parcelas do seguro.

Enquanto isso, empresários se esforçam para manter as linhas de produção ativas. É o caso da empresa JM7, que tem lavanderia, seção de corte e acabamento de calças jeans, com 154 funcionários, caso mencionado na reportagem.

Essa situação se deve, em parte, ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que não fiscaliza os pedidos de seguro-desemprego.

De acordo com o MTE, de março de 2010 a fevereiro de 2011, houve 7 vezes mais pedidos de seguro-desemprego do que postos de trabalho abertos com carteira assinada.

Para acabar com este círculo vicioso, é preciso incentivar a entrada de jovens no mercado de trabalho. Investimento e treinamento de jovens propiciam empregados mais sintonizados com a filosofia da empresa, sem esquecer que eles ainda não adquiriram o vício do seguro-desemprego. Ao invés do seguro, os encargos da folha de pagamento poderiam ser revertidos para estimular o trabalhador a ficar mais tempo no serviço.