Editorial
Infelizmente, temos sentido uma forte queda de movimento nas lavanderias, principalmente no setor doméstico, e encontrar as possíveis razões para explicar este fato não é muito difícil. Ponderemos alguns fatores. Os orçamentos das famílias estão seriamente comprometidos, devido, em primeiro lugar, ao aumento das despesas recente e definitivamente incorporadas no orçamento doméstico, como, por exemplo, telefones celulares, TV a cabo, Internet e Speedy. Ainda, como nosso público consumidor é basicamente da classe média, também são fatores a considerar a crescente oferta de financiamentos, que estimula a aquisição de bens de consumo durável, e a queda do câmbio, que está incentivando a procura por viagens internacionais. A inflação continua sob controle, acrescentando um ganho real no poder de compra, e o crédito possivelmente manterá a trajetória de crescimento, apesar dos juros excessivamente altos.
Segundo pesquisa recente do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o faturamento das micros e pequenas empresas, no primeiro semestre, caiu 2,8%, em relação ao mesmo período de 2005. Em alguns casos, no nosso setor, de acordo com a opinião de vários donos de lavanderia, a queda chega a quase 15%. Em que pese a luta para segurar o movimento, o crescente aumento de alguns insumos também está contribuindo para diminuir a margem de lucratividade, sendo que, às vezes, as empresas chegam a operar temporariamente no vermelho.
O momento exige cautela, pois na tentativa indiscriminada de aumentar o movimento, o que é absolutamente natural, podem ser tomadas atitudes comprometedoras da saúde financeira da empresa. A grande esperança ainda é a diminuição da taxa de juros, de modo a fazer com que o dinheiro circule com mais velocidade. Vamos aguardar.