Logo que explodiu a crise do "subprime" nos EUA, o nosso Presidente, Luis Inácio Lula da Silva, declarou que a crise no Brasil não passaria de uma marolinha. Hoje, no entanto, os indicadores econômicos revelam que infelizmente a desaceleração da economia vem com a força de um tsunami.
A grande vantagem que temos é de poder contar com instrumentos macroeconômicos para reverter este impacto.
A recente redução de um ponto percentual na taxa Selic mostra a mudança de comportamento do Banco Central, pois já se fala em uma redução maior, talvez de até dois pontos percentuais.
Dados divulgados pelo Banco Central mostram que, apesar das medidas adotadas pelo governo para baratear o crédito, os bancos ampliaram a diferença entre a taxa que pagam para captar dinheiro e o quanto cobram para emprestá-lo, diferença conhecida como "spread".
Segundo Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, apesar das medidas de incentivo a alguns setores, há espaço para que o governo federal faça mais para incrementar a economia, como a prorrogação dos impostos a serem pagos, a diminuição da taxa de juros e a política monetária dos compulsórios. Abram Szajman defende a taxa Selic de um dígito.
O aumento do salário mínimo também trará mais recursos para a economia, provocando, de acordo com os analistas, um impacto de vinte bilhões de reais no total do consumo familiar, gerando um efeito multiplicador no consumo como um todo. Diferente da indústria, o comércio e os serviços ainda não começaram a desempregar. Lavanderias são, em geral, empresas muito enxutas.
Mesmo com um pequeno crescimento, a perspectiva é que a economia, crescendo pouco, manterá a massa de salários, a renda e o emprego.
O empresário de lavanderia aprendeu, com as oscilações da economia, a ter um comportamento adequado para esses momentos, uma posição confortável para sua empresa.
Para o segmento de lavanderias, continuaremos apostando que o impacto será pequeno, pois aprendi uma frase com o meu falecido sogro, com experiência de cinquenta anos de mercado e de várias crises econômicas, que dizia: "para uma lavanderia nunca faltará serviço".
Temos um espaço muito grande para progredir.
José Carlos Larocca
Presidente do SINDILAV