Correção do fator de potência pode reduzir a conta de energia
As concessionárias de energia elétrica cobram uma multa pela má utilização de energia elétrica, referente à "energia reativa", que é gerada por equipamentos como motores mal dimensionados. Embora a energia reativa não produza trabalho, ela é necessária para produzir o fluxo magnético para o funcionamento desses mesmos equipamentos. Mas, como essa energia ocupa espaço no sistema (que poderia ser usado pela energia ativa), as concessionárias cobram dos consumidores.
Muitas empresas de pequeno, médio e grande portes costumam pagar por essa energia reativa, embora desconheçam essa cobrança. Em São Paulo, a AES Eletropaulo a batizou com o nome de "energia reativa excedente". Já a CPFL, que atende a municípios do interior do Estado, lhe deu o nome de "reativo excedente". A Light, do Rio de Janeiro, a classificou como "encargo de capacidade emergencial".
Estima-se que algumas lavanderias estejam pagando multa equivalente 30% da conta de energia elétrica.
Essa cobrança é regulamentada pela Resolução 456 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 29 de novembro de 2000 mas a cobrança começou a ser realizada pelas distribuidoras a partir de 1994.
O pagamento da multa pode ser evitado através de modificações nas instalações. Para evitar o problema, é preciso corrigir o fator de potência ou relação entre energia ativa e reativa. Esta relação está compreendida entre 0 (0%) e 1 (100%). Quanto mais próximo o fator estiver de 1, menor será o consumo de energia reativa.
Alguns consumidores conseguiram livrar-se dessa multa imposta pelas distribuidoras instalando banco de capacitores. Segundo especialistas, em três ou cinco meses, já é possível ter o retorno do investimento com a redução na conta de energia.
Realizadas as modificações, o consumidor deve solicitar uma visita do técnico da concessionária que irá instalar um equipamento para medir a energia reativa gerada naquele estabelecimento. Depois de constatar que o fator de potência está acima de 92%, a concessionária é obrigada, já no mês seguinte, a retirar a cobrança da conta de energia.
Segundo a Abinee "“ Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica, a correção do fator de potência poderia aliviar o sistema elétrico nacional devido à redução da circulação de energia reativa. Também há uma melhoria no perfil de tensão e redução de perdas elétricas. A Abinee está solicitando à Aneel a correção do fator de potência para 0,95 para consumidores de baixa tensão. Este aumento representaria ganho de 3,25% na capacidade de distribuição e transmissão de energia elétrica. Os ganhos, segundo a entidade, equivalem aos mesmos trazidos pelo horário de verão todos os anos.
O que é?
Capacitor é um dispositivo com capacidade para gerar um fluxo de energia elétrica reativa capacitiva, ou seja, com fase oposta à energia reativa dos dispositivos indutivos, reduzindo os valores de perda e queda de tensão no sistema elétrico de corrente alternada.
Banco de Capacitor serve para corrigir o fator potencial, que é o causador de multas tarifárias de energia elétrica. Existem 3 tipos de banco de capacitores, os programáveis, os fixos e os automáticos, cada um tem uma determinada indicação. O Banco de Capacitores programável pode atuar em condições pré-definidas (períodos ou eventos) de acordo com a necessidade específica. O Banco de Capacitores fixo é recomendado para a correção de cargas constantes, tais como transformadores. O Banco de Capacitores automático realiza uma compensação automática por meio de sinais de tensão e corrente ligando e desligando módulos capacitivos de acordo com a necessidade.