Presidente do BNDES, Prof. Luciano Coutinho com José Carlos Larocca
Expandir o acesso ao crédito para micro, pequena e média empresas foi o principal assunto discutido na plenária da Fecomercio em agosto último. Para aproximar os sindicatos das parcerias da entidade na concessão de crédito para o pequeno varejista, a reunião plenária contou com as presenças de Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de Milton Luiz Melo Santos, presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento.
Durante o encontro, a Federação apresentou a cartilha "Crédito para o Comércio – BNDES" com o objetivo de mostrar opções de crédito oferecidas pelo BNDES às empresas do Comércio e Serviços. "Queremos aproximar o BNDES dos pequenos e médios empresários, por isso lançamos esta cartilha", afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio.
Presente à plenária, o presidente do SINDILAV, José Carlos Larocca, indagou qual a carteira do BNDES que mais cresceu ultimamente. Segundo o presidente do BNDES, a carteira de pequenas e médias empresas do banco foi a que mais cresceu no primeiro semestre, passando de R$ 7 milhões para R$ 10 milhões, principalmente com a disponibilização do cartão BNDES.
Programas especiais do BNDES
Segundo Coutinho, para melhorar o setor de Bens de Capitais, que foi o mais afetado pela crise, o banco passou a oferecer programas especiais, como a redução para 4,5% ao ano da taxa de juros para esse setor até dezembro, além da redução da taxa de juros para investimentos em capital fixo (contratação de máquinas e equipamentos) e do custo para crédito ao capital de giro de apenas 10% ao ano. "Esperamos no mínimo desembolsar R$ 6 bilhões para capital de giro e que, em 2010, os bancos privados voltem a operar mais intensamente neste setor", afirmou.
O BNDES também criou o Fundo Garantidor de Investimento (FGI) para garantir empréstimos de investimentos financeiros às empresas menores. Esse fundo oferece 80% de cobertura e limite de garantia de R$ 10 milhões por beneficiário. O fundo tem parcerias com mais cinco grandes bancos. A operação começou com um total de R$ 700 milhões e nos próximos anos deve chegar a R$ 4 bilhões. "Esperamos que esse mecanismo contribua para a redução do spread bancário", afirmou Coutinho.
Parceria com a Nossa Caixa
A Fecomercio também apresentou a parceria com a Nossa Caixa Desenvolvimento (Agência de Fomento do Estado de São Paulo), para concessão de crédito às micro, pequenas e médias empresas. Segundo Milton Luiz Melo Santos, presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento, a agência, que foi criada com recursos de R$ 1 bilhão pela venda da Nossa Caixa, começou a operar em julho na concessão de crédito para capital de giro para o setor de Bens de Capital. Essa modalidade vai atender, principalmente, às pequenas e médias empresas, com faturamento de até R$ 100 milhões por ano. O limite de crédito pode variar de 3% a 15% de seu faturamento.
O sindicato como facilitador
Santos disse ao presidente do SINDILAV, José Carlos Larocca, que as empresas interessadas em empréstimos deverão procurar os seus sindicatos, que encaminharão os pedidos, conforme a parceria que foi firmada com a Fecomercio, para aumentar a capilaridade da Agência. Para tanto, disse Santos, é importante consignar que é imprescindível que as empresas estejam em dia com as contribuições devidas ao sindicato.
A Agência de Fomento também vai operar com o Fundo de Aval para oferecer garantia de empréstimo às pequenas empresas, começando pelos segmentos de automação de escritório, máquinas e equipamentos, veículos utilitários e franquias. "A ideia é captar mais recursos com outras instituições financeiras", afirmou Santos.