José Carlos Larocca
Agora que a economia dava sinais de aquecimento e que vários setores poderiam recompor sua margem e partir para novos investimentos, modernização de equipamentos e instalações, veio a crise mundial e derruba o nosso crescimento. O PIB no Brasil que deverá ficar na casa dos 5% para 2008, deverá recuar em 2009 para algo entre 2,5 % e 3,5 %, conforme a previsão de renomados economistas, como, por exemplo, Antonio Delfim Neto e Yoshiaki Nakano.
O maior problema que estamos vendo não é somente a crise econômica e financeira, mas sim o pessimismo da população em geral, com os temores do impacto da crise.
A Federação do Comércio do Estado de São Paulo, em parceria com a Ordem dos Economistas, criou um Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia (ISE), que desde junho deste ano é realizado mensalmente, entrevistando cerca de cem economistas de todo o país. O ISE é medido em pontos e varia entre 0 (Pessimismo Total) e 200 (Otimismo Total).
O índice atingiu em novembro último 78,6 pontos, apontando uma queda de 9,1% em relação a outubro do mesmo ano, quando o indicador marcou 86,5 pontos, apresentando a 4ª queda consecutiva e mostrando o pessimismo dos economistas frente à conjuntura econômica mundial.
O que nos deixa mais tranqüilos é que as expectativas futuras registraram melhoras, passando de 90,8 pontos para 96,8 pontos em novembro, alta de 6,7%, mostrando uma melhoria das variáveis econômicas para daqui a um ano, indicando que o cenário futuro ficará menos imprevisível, motivo do agravamento da crise de confiança.
Para que as coisas melhorem, o governo deverá ficar atento ao acesso ao crédito, bem como ao comportamento da inflação, e para isso dispõe de vários mecanismos que outros países não têm, tais como reduzir ou acabar com o compulsório dos bancos, redução da taxa de juros, que em outros países já é muito baixa, redução de impostos e alongamento dos prazos para pagamento.
O importante para todos os brasileiros é não propagar a “SINISTROSE” e acreditar no seu negócio, pois é em época de crise que empresários e governo podem descobrir oportunidades e espaçopara crescer. O acomodamento impede essas variáveis.