Sindilav

Nov/Dez – 2014 – nº 183

A gota d’água

Sindilav participa de reunião que alerta sobre a falta de água que atinge o Estado e algumas regiões do país.

José Goldemberg e José Carlos Larocca

José Goldemberg e José Carlos Larocca

A escassez de água é um tema que tem gerado grande preocupação para a sociedade. Os empresários de lavanderia, que são diretamente afetados pelo problema, também estão preocupados e receosos com o futuro. Para debater esse tema, o professor José Goldemberg compareceu à reunião plenária da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizada em 27 de outubro. O presidente do Sindilav, José Carlos Larocca, também esteve presente participando ativamente da reunião.

O professor distribuiu aos presentes um livro de sua autoria: “Água: o que o empresário do Comércio e Serviços Precisa Saber e Fazer Para Preservar esse Precioso Recurso”. A obra trata do excessivo consumo de água na região metropolitana de São Paulo, que já alcança 180 litros/dia por habitante, valor que ultrapassa o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 100 litros/dia.

O artigo do climatologista Carlos Nobre, publicado pela revista Veja no dia 22 de outubro de 2014, também foi colocado em pauta durante a palestra. Segundo Nobre, “talvez seja necessário que ocorra a valorização da água, que hoje custa muito pouco. Por ser tão barata, a água sempre foi desperdiçada e nunca houve incentivo para elevar a eficiência de seu uso; um aumento de preço mudaria esse comportamento”. Para Carlos Nobre a escassez de água também afeta às manifestações climáticas, atrasando o início das estações, a chegada das chuvas e alterando todo o ciclo.

A expectativa climática apresentada por ambos não é animadora. De acordo com eles, as alterações climáticas devem durar pelo menos mais dois anos e, se não houver melhorias em 2015, o impacto pode ser devastador.

As recomendações giram em torno da preparação para os novos tempos, fazendo substituição de equipamentos, regulando registros e torneiras e evitando, de todas as formas possíveis, o desperdício.

José Carlos Larocca contribuiu com a palestra dizendo que as lavanderias já estão, há muito tempo, se preparando para essa realidade. As grandes lavanderias, por exemplo, já fazem o tratamento da água reutilizando-a. Algumas usam poços artesianos e várias delas já adotam máquinas modernas que geram grande economia de água. Além disso, 95% dos serviços nas lavanderias domésticas são realizados com lavagem a seco.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) já está agindo para realizar novas captações em regiões mais distantes. No entanto, as medidas que visam amenizar o problema só estarão prontas no final de 2015 ou início de 2016.

Resta-nos então aguardar, continuar economizando e torcer para que as chuvas venham e reabasteçam as reservas.