Sindilav

Mai/Jun - 2006 - nº 132

Editorial – Na contra-mão

oltamos a falar sobre as questões estratégicas que, neste país, nem sempre revelam um cenário confortável. Esse assunto já foi por nós tratado no Sindilav Notícias nº 128, que circulou em outubro de 2005, ocasião em que expusemos nossa opinião. Mas, parece necessário retomar o assunto, que não ficou efetivamente decidido. É o caso do gás. Por ocasião do denominado “apagão”, as lavanderias trocaram equipamentos que utilizavam eletricidade, convencidas que foram a substituí-los por equipamentos que utilizam gás natural. Com a crise do gás da Bolívia, pergunta-se: que conseqüências o fato trará para nós, em particular, usuários de gás? São tantas as respostas que podemos dar a esta pergunta, mas, com certeza, todas de caráter especulativo.

No artigo anterior falei que o fato político representava um risco potencial ao abastecimento de gás ao Brasil, especialmente devido ao esperado incremento para o ano de 2006. Recentemente, através da análise de dados da Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, verificou-se que as micro e pequenas empresas de São Paulo encerraram o primeiro trimestre de 2006 com seu faturamento real 8,6% maior em relação a igual período de 2005. O desempenho é superior ao ritmo econômico geral, visto que o crescimento estimado para o PIB este ano é da órdem de 3%.

Segundo o Presidente da Fecomercio, Abram Szajman, no curto prazo não são esperadas mudanças no quadro macro­econômico, sendo a expectativa de que o crédito continue em expansão, a inflação se mantenha em queda e o câmbio permaneça valorizado. “Apesar do bom desempenho, o ritmo de crescimento das empresas de pequeno porte registra sinais de desaceleração. O resultado do primeiro bimestre deste ano foi um pouco melhor que o do trimestre, pois as vendas nos dois primeiros meses cresceram 9,1%”, afirma o Presidente da Fecomercio.
Portanto, por enquanto, parece que não temos o que temer, principalmente porque Brasil e Bolívia estão diante de uma questão comercial. A Bolívia precisa vender seu gás para algum país e o Brasil é o maior consumidor de gás boliviano. As soluções serão encontradas na mesa de negociação. Esperemos que sim.

José Carlos Larocca
Presidente