Nos países capitalistas, o desenvolvimento de pequenas empresas é sempre estimulado, pois, caso contrário, elas acabariam sendo engolidas pelas grandes organizações.
A realização da última Olimpíada, na cidade de Londres, é um verdadeiro exemplo de estímulo, já que o governo local deu preferência às pequenas empresas, tanto na parte de edificações como nas áreas de apoio.
O segmento de lavanderias no Brasil é composto de 80% de pequenas empresas, sendo que 90% delas possuem no máximo dez funcionários. Mesmo assim o poder público não oferece nenhum tipo de estímulo ou facilidade para o desenvolvimento destas.
As lavanderias, por exemplo, se deparam com muitas dificuldades para obtenção de crédito, devido às muitas exigências de garantia e as taxas que são bastante elevadas. No tocante à parte funcional, as pequenas empresas ainda são tratadas como as grandes, seja na obtenção da licença de funcionamento, no cadastro de anúncios para afixar o nome da empresa, ou exigências trabalhistas, entre outras.
Nosso setor precisa de mais atenção dos órgãos públicos, pois, como prestadores de serviços, geramos, no país, quase 50 mil empregos diretos, inegavelmente um grande contingente de mão de obra.
É triste ver o governo estabelecer descontos de impostos para a indústria automobilista, segmento que tem reduzido sistematicamente a contratação de mão de obra, devido à automação dos serviços. Esquece o governo das pequenas empresas, que hoje são quase 99% do número total de estabelecimentos no Brasil, enquanto as médias e grandes representam somente 1% das empresas em operação.
Necessitamos urgentemente de políticas públicas que tratem as pequenas empresas de maneira mais prática e racional, e nós, do SINDILAV, enquanto representante do segmento de lavanderias, temos tentado levar nosso pleito ao conhecimento das autoridades constituídas, dos diversos escalões.
José Carlos Larocca
Presidente do SINDILAV