Sindilav

Mar/Abr - 2012 - nº 167

Prevenir sempre foi o melhor remédio

Assistimos com muita apreensão à crise que tem afetado a economia europeia, deixando alguns países à beira do desespero. Os mesmos governos que investiam em políticas trabalhistas – oferecendo altos salários e benefícios para a população – buscam hoje uma flexibilização para redução destas despesas.

Medidas como utilização de banco de horas, redução das férias, redução do auxílio desemprego e reajustes salariais de acordo com a produtividade (livre da inflação), estão sendo adotadas em busca de um alívio para a crise estabelecida. Os índices de desemprego também são altíssimos. Países como Portugal (13,6%), França (9,1%), Espanha (20%) e Itália (9%) são os mais afetados. Na Grécia, até mesmo a remuneração dos aposentados vem sendo reduzida.

O cenário brasileiro segue na contramão. Com o índice de desemprego abaixo de 5%, o país vive o que os economistas chamam de “pleno emprego”. No entanto, apesar dos motivos para comemorar, não podemos deixar a crise europeia (e seus possíveis efeitos sobre a nossa economia) em segundo plano.Também não podemos esquecer de questões tão importantes quanto à reestruturação da nossa Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que há muito anda defasada.

A Lei nº 12.506, de 13 de outubro de 2011 – que assegura aos trabalhadores aviso prévio proporcional ao tempo de serviço de no mínimo trinta dias por ano trabalhado – e outros tantos projetos que tramitam nas assembleias, só comprovam a imprudência e insensatez que tem afetado muitos de nossos políticos.

É hora de deixar de lado o paternalismo estatal com os direitos trabalhistas, e fomentar nossa economia investindo principalmente nas micro e pequenas empresas.

Grandes indústrias já estão transferindo suas plantas de produção para a China, que possui custos menores. Tudo isso devido à burocracia e aos altos encargos fiscais e salariais praticados no Brasil.

Não vamos esperar a crise chegar ao nosso país para perceber que o investimento em políticas trabalhistas mais justas trazem benefícios não só para empresas, mas para todos, já que torna nossa economia cada vez mais forte.